Oi, queridis! Quanto tempo!
Desde que eu terminei de escrever a maior parte do meu livro e ele foi para revisão, eu me senti num limbo criativo. Mesmo que todo mundo ao meu redor dissesse "Debora, pelo amor, você acabou de escrever um livro, sossega", eu tava inquieta, sentindo como se alguma coisa estivesse faltando.
Nos meses que escrevi focadíssima meu livro, acordava todos os dias da semana antes das 7 da manhã e escrevia por duas horas. Quando entreguei o livro para minha revisora, fiquei meio órfã. Queria continuar criando… só não sabia o que. Não sentia que tinha ideias legais.
Foi aí que eu decidi comprar um livro chamado O Caminho do Artista, que durante um processo de três meses promete acordar o seu eu criativo. Li centenas de pessoas falando sobre como esse processo transformou suas vidas, tipo a Elizabeth Gilbert dizendo que não teria Comer, Rezar, Amar se ela não tivesse feito o caminho (kkkk tem noção?). É uma jornada para você se reconectar com sua criança interior para que ela te mostre o caminho da criatividade que existe dentro de você.
Parece tilelê, mas calma. O negócio é brabo mesmo.
E criatividade não é só pra quem se considera um artista. Criatividade é essencial para qualquer área da vida – profissional ou pessoal. Se ouvir é transformador.
(eu falo “parece tilelê, mas calma”, e em seguida digo que “se ouvir é transformador” enfim, a hipocrisia)
Tá bom amada, mas o que é esse caminho? Basicamente, ele tem duas atividades principais: páginas matinais e encontro com o artista.
As páginas matinais são, bem, páginas…que você escreve de manhã. Tá passada? Todo dia você precisa escrever 3 páginas a mão num caderno sobre absolutamente qualquer coisa. Mas precisam ser três páginas. Particularmente tem dias que detesto que preciso encher 3 páginas, mas entendo 100% porquê.
O encontro com o artista é levar o seu artista interior para um date toda semana. Sim, isso não é um contatinho casual, tem que alimentar semanalmente, mandar flores etc. Isso funciona para "encher seu baldinho da criatividade" com referências, fazendo coisas que você ama ou sempre quis fazer. Uma caminhada no parque, pintar com aquarela, ver um filme especial, tentar alguma coisa nova, te levar pra jantar ou pra tirar fotos analógicas pela rua.
O livro também tem exercícios opcionais específicos para cada semana, mas o caminho é essencialmente isso. E tempo, é claro, porque a duração é de pelo menos três meses e não vai cair um raio na sua cabeça do dia pra noite (espero).
Hoje vou falar sobre a minha experiência com as páginas matinais e na semana que vem falamos sobre o encontro do artista, tá bem? Então tá bem.
Eu comecei a escrever oficialmente no dia 18 de Maio. Não sou um anjo da organização então perdi dias, pulei dias, esqueci dias, uns dias tava com ressaca demais, mas voltei. Sempre. Nesse período de ~1 mês e meio eu já consegui notar a POTÊNCIA desse hábito.
É bizarro.
Você vai acompanhando as semanas junto do livro, e em cada semana a autora fala sobre um tema diferente que pode estar travando sua criatividade e como superá-lo usando as páginas. (se você for muquirana e não quiser comprar o livro, eu tenho certeza que você acha várias reflexões sobre cada semana na internet)
Nesse período eu desenvolvi uma clareza absurda sobre as coisas que estou fazendo e o que quero fazer daqui pra frente da minha vida – uma questão que vinha cutucando meu cérebro há trocentos anos. E tava lá na minha cabecinha o tempo todo. Tive ideias de projetos, fechei ciclos, me tornei ainda mais grata pela vida que tenho, tive trocentas ideias sobre coisas variadas e comecei a pensar sobre coisas que eu mal conseguia ouvir dentro de mim. Coincidentemente ou não, desde que comecei esse processo eu não tive uma crisezinha sequer de ansiedade.
As páginas matinais são realmente um depósito de pensamentos, ideias, medos, inseguranças, questões, dúvidas. É um processo de limpar sua mente jogando tudo no papel visualizando tudo, manifestando o que queremos e ouvindo as camadas de pensamento da nossa mente. É incrível o quanto isso já me transformou e eu quero muito levar esse hábito pra o resto da vida.
Minha técnica é usar como um “diário”, porque eu raramente sinto que tenho um assunto interessante pra escrever, aí vou falando o que eu fiz no dia anterior, coisas banais do dia a dia, uma ideia que eu tive, bla bla bla aleatoriedades, e como é preciso mesmo escrever as 3 páginas eu vou desenvolvendo os pensamentos sem querer resumir nada. De repente PÁ meu deus essa ideia genial saiu da minha cabeça? meu pai entendi o porque daquela pessoa ter entrado na minha vida? mano do cé eu decidi mudar o rumo da minha vida toda? é b i z a r r o.
Eu recomendo demais que você pegue um caderno hoje, agorinha mesmo, e comece a escrever três páginas a mão por pelo menos uma semana. Sem pensar. Só escreva o que vem na cabeça. O mais trabalhoso é realmente criar o hábito de fazer esse processo todo dia (de ressaca, então, amada…), mas eu te garanto que você vai sentir a faísca do que eu estou falando.
Na semana que vem quero contar mais sobre o encontro com o artista, outra parte super importante para encher o baldinho do seu artista interior e que eu tenho AMADO fazer. <3
Um beijo e obrigada por não desistir de mim mesmo quando eu sumo daqui por trinta anos,